Introdução
Em 2024, o estado do Rio Grande do Sul apresentou chuvas intensas que resultaram em enchentes significativas em várias regiões. Essas condições climáticas extremas tiveram um impacto direto, não apenas na vida das pessoas e na infraestrutura, mas também na geração de energia solar fotovoltaica. Este artigo examina como as chuvas intensas e as enchentes afetaram a geração solar nos meses de abril, maio, junho e julho de 2024.
Abril: Início das Chuvas Intensas
Condições Climáticas: Abril marcou o início de um período de chuvas intensas no Rio Grande do Sul, com precipitações 250% acima da média histórica segundo dados do INMET. As frentes frias e os sistemas de baixa pressão atmosférica trouxeram nuvens densas e chuvas quase diárias que totalizaram pelo menos 16 dias de chuva, enquanto a média é de 9 dias de chuva.
Impacto na Geração Solar
Radiação Solar: A densa cobertura de nuvens e chuvas reduziu a radiação solar, isso resultou em uma queda de cerca de 28% na irradiação total em comparação com abril de anos anteriores.
Maio: In Pico das Chuvas e Enchentes Generalizadas
Condições Climáticas: Maio registrou o pico das chuvas, com os maiores volumes de incidente da história para o mês, chegando a cerca de 453% em relação à média. Os dias com tempo totalmente encoberto chegaram a totalizar 24, enquanto a média é de 8 dias. As enchentes se tornaram mais generalizadas, afetando áreas urbanas e rurais.
Impacto na Geração Solar:
Enchentes e Danos Físicos: As enchentes causaram danos físicos a muitas instalações solares, com algumas áreas ficando inacessíveis para manutenção e reparo. A água estagnada e os detritos trazidos pelas enchentes danificaram os painéis solares e os sistemas de suporte.
Redução na Radiação: A radiação solar caiu cerca de 30% em maio, devido aos danos e à quantidade contínua de chuvas.
Junho: Persistência das Chuvas e Estabilização
Condições Climáticas: Junho ocorreu uma redução no volume de chuvas em relação aos meses anteriores, mas ainda se registrou 127% em relação à média histórica. A nebulosidade ainda foi muito elevada, sendo 122% da média dos outros anos.
Impacto na Geração Solar:
Queda Máxima na Produção: Junho viu a menor redução na radiação solar, com uma queda de aproximadamente 8,7%, contudo como já é o mês de menor produtividade este efeito é muito maior na geração.
Julho: Redução das Chuvas e Início da Recuperação
Condições Climáticas: Embora as chuvas tenham começado a diminuir em julho, a primeira semana do mês conto com cerca de 11 dias de chuvas, totalizando 16 ao todo, e a segunda metade do mês contorno com mais dias de sol pleno. O volume de chuvas voltou a estar dentro das expectativas normais.
Impacto na Geração Solar:
Redução na Radiação: A radiação solar caiu cerca de 15% em Julho, devido aos 16 dias de alta nebulosidade.
Retomada da Produção: Na segunda metade do mês as condições climáticas melhoraram, com um maior número de dias de sol contribuindo com a melhora da produção. Contudo esta melhora não foi suficiente para compensar a primeira metade do mês.
Sistemas Solares:
Os sistemas solares convertem a radiação disponível em energia elétrica, mas cada sistema tem uma produtividade relacionada ao número de módulos, disposição de instalação no telhado, e orientação solar. O seguinte foi verificado:
Redução de até 50% da Geração: Em alguns casos foram observados que a redução de geração ultrapassou 50% de geração no período dos 4 meses. Por conta das características do local de instalação, da orientação solar, sombreamento e condições de geração.
Conclusão
As chuvas intensas e as enchentes nos meses de abril, maio, junho e julho de 2024 tiveram um impacto significativo na geração de energia solar fotovoltaica no Rio Grande do Sul. A queda na produção de energia solar chegou a 50% em alguns casos, porém cada sistema solar possui suas características e pode ter sido afetado de diversas maneiras. Cada mês apresentou desafios únicos, desde a redução da radiação solar e o acúmulo de detritos nos painéis até danos físicos causados por tempestades severas.